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De Tete

CRIAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DA DIOCESE DE TETE (1962-1975)

O território da Diocese de Tete é um desmembramento da Diocese da Beira, diocese a que pertenceu desde 1940, coincidindo com o distrito administrativo do mesmo nome. 

A Bula “Quae Verba” de 6 de Maio de 1962 do Papa João XXIII, criou-a como Diocese autónoma. Foi nomeado 1º Bispo da diocese, D. Félix Niza Ribeiro, um sacerdote diocesano com grande experiência missionária na diocese de Nampula. A superfície da diocese é de 100.714 km2 e os seus habitantes 470.100. A diocese é atravessada de Oeste a Leste pelo rio Zambeze, em cujas margens fica a cidade de Tete, sede da diocese.

     O primeiro bispo de Tete encontrou a diocese em pleno crescimento. Em 1962, trabalhavam na diocese três corporações missionárias masculinas: Padres de Burgos com uma paróquia, uma paróquia-Missão e quatro missões; Padres Brancos com três missões e o Seminário Interdiocesano e os Jesuítas com cinco missões. Havia quatro congregações femininas: São José de Cluny, Filhas do Calvário, Mercedárias e Missionárias da Mãe do Divino Pastor. O total dos padres era de 46, com 19 irmãos religiosos, 48 irmãs religiosas e sete escolásticos.

     No sector da educação, o Seminário Interdiocesano tinha 63 alunos do ensino primário e 86 do secundário; o Colégio de Tete com 128 alunos do ensino primário e 117 do secundário; 204 escolas de adaptação onde trabalhavam professores formados em Boroma leccionando um total 19.148 alunos que deviam transitar para o ensino primário ou para escolas de artes e ofícios; 665 alunos frequentavam o ensino primário; 808 aprendiam a carpintaria, agricultura, costura, lavouras; 1.043 rapazes e raparigas frequentavam 17 internatos e na Escola de Boroma estava em monta uma rádio escolar. Os 10 dispensários e as 6 maternidades tinham atendido 48.132 doentes.

     D. Félix Niza, com a colaboração das diferentes forças pastorais, soube orientar a Diocese de modo inteligente e eficaz, dotando-a das infra-estruturas necessárias. Em 19 de Fevereiro de 1972, D. Felix Niza foi transferido para a nova diocese de João Belo, actual Xai-Xai, e foi eleito bispo de Tete D. Augusto César Ferreira da Silva, Vicentino, que deu entrada na diocese a 9 de Julho do mesmo. Dirigiu a diocese num momento bastante difícil causado pela guerra que afectava grande parte do território da diocese e que teve como consequência o encerramento de mais missões (Uncanha e Mucumbura) e a expulsão de alguns missionários dos Padres de Burgos pela denúncia corajosa dos massacres de civis pela tropa colonial.

      Neste período foram fundadas as seguintes paróquias-missões: Nossa Senhora das Graças de Vila Coutinho-Ulónguè (1965), Santo Inácio de Msaladzi (1965), Cristo Rei de Mpenha (1965), Papa João XXIII de Estima (1966), Mártires do Uganda de Matundo (1970), São Paulo de Chabwalo (1970), São José Operário de Songo (1970), São Paulo de Tete (1973), São Pedro Claver de Dómuè (1973), São José de Tete (1974).

Despojamento e ressurreição (1975-…)

Este período é marcado pela orientação de um novo pastor, D. Paulo Mandlate e atravessado por três grandes desafios:

 

-Desde logo a Revolução, que significou a alteração de toda uma mentalidade de um Povo e significou também a nacionalização das infra-estruturas pastorais e sociais da Diocese.

-Êxodo do pessoal missionário, um fenómeno directamente ligado à Independência Nacional e à Revolução;

-Opção pastoral pela Igreja ministerial, acelerada pelos acontecimentos da Independência e da Revolução, mas já iniciada com a renovação pastoral que se seguiu ao Concílio Vaticano II.

-Esta opção traduziu-se na passagem para uma Igreja ministerial, na qual o leigo desempenha um papel importante. Tudo isto implicou uma profunda revisão da maneira de pensar e fazer a pastoral.

  Depois da independência nacional houve, além da nacionalização das missões e das estruturas de ensino e de promoção humana, uma redução significativa do número de missionários na diocese. Consequentemente, muitas missões ficaram sem equipas missionárias residentes e vastas regiões da diocese ficaram sem assistência pastoral durante muitos anos.

 

     Em 31 de Maio de 1976, em consequência da resignação de D. Augusto César Ferreira da Silva, foi eleito bispo de Tete D. Paulo Mandlate. Governou a diocese, em tempos difíceis (revolução, guerra civil, falta de missionários) até 18 de Abril de 2009, tendo nessa data a Santa Sé nomeado Administrador Apostólico de Tete o padre Tiago Palagi, Comboniano, antigo missionário em Tete. Procurou dinamizar e organizar a diocese, imprimindo-lhe um dinamismo missionário que levasse a presença da Igreja Católica, sobretudo naquelas zonas da diocese mais abandonadas pastoralmente.

 

     No dia 12 de Abril de 2012 a Santa Sé nomeia bispo de Tete D. Inácio Saure, missionário da Consolata. D. Inácio Saúre procurou visitar a diocese, mesmo nos lugares mais recônditos, fazendo-se presente como pastor consolador. Procurou e consegui trazer para a Diocese novas equipas missionárias de modo a poder dar assistência religiosa às missões sem equipas missionárias. Abriu o seminário diocesano de São João Maria Vianney, no Songo. Ele governou a diocese até 11 de Abril de 2017, quando foi nomeado arcebispo de Nampula. Nessa data a Santa Sé nomeia Administrador Apostólico de Tete o Padre Sandro Faedi, Missionário da Consolata.

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