Reabilitação da Histórica Igreja da Missão de São Pedro Claver de Miruro Zumbo

Aquilo que era impossível, torna-se realidade com a força de vontade e espírito de sacrifício. A igreja de Miruro deixou de ser uma ruína de paredes despojadas, para assumir a dignidade de outros tempos. Já está coberta, os rebocos das paredes foram refeitos, já tem janelas e portas. Sobretudo, foi aberta ao culto depois de 60 anos de abandono. Já se voltou a rezar como nos tempos passados. Neste Natal foi celebrada a Missa do Nascimento do Senhor, a primeira desde 1965, ano do encerramento da Missão. A Diocese de Tete, através da acção do Irmão serafino Piras e da sua equipa de pedreiros e carpinteiros, está realizado este trabalho de reabilitação. Além da igreja está a ser reconstruida a escola primária e a residência dos missionários. Trabalho não fácil, olhando a distância e a carência de transportes para aquela região.

A Missão de São Pedro Claver de Miruro situa-se na parte mais oriental de Moçambique e da Diocese de Tete, na fronteira com a Zâmbia. Faz parte do distrito do Zumbo, está situada a 550 km da cidade de Tete. É uma das mais antigas e famosas missões católicas de Moçambique. Foi fundada em 1890 pelos Missionários Jesuítas alemães na margem esquerda do rio Luangwa, que divide Moçambique e a Zâmbia. A Missão está classificada pelo Governo como Monumento Nacional (Património Histórico). Desde da fundação os missionários dedicaram-se à educação das crianças, muitas delas resgatadas da escravidão, criaram orfanatos, escolas primárias com internatos, escola de artes e ofícios.

A história da missão de Miruro tem sido muito atribulada e sofrida. Em 1910, os Jesuítas foram expulsos pelo governo português, tendo-se transferido para a Rodésia do Norte, actual Zâmbia. Foram substituídos pelos Missionários do Verbo Divino em 1912, os quais foram presos e expulsos em 1915 quando Portugal entrou na I Guerra Mundial ao lado da Inglaterra. Em 1926 chegaram os Missionários da Consolata que trabalharam na Missão de Miruro até 1933. Em 1954 chegaram os Missionários do IEME (Padres Burgos).

Em 1966, com o início da guerra colonial contra a presença portuguesa, a Missão de Miruro foi abandonada pelos missionários. Em 1975, depois da independência, os missionários foram proibidos de regressar e todas as estruturas da missão, incluindo a igreja, escolas, internatos, hospital, maternidade, campos agrícolas, etc., passaram para a direcção do Governo. Em 1985, a guerra civil obrigou ao abandono das estruturas da missão de Miruro e iniciou um processo de destruição das estruturas da missão.

Hoje começa uma época nova para a Missão de Miruro, com a revitalização da acção evangelizadora e de promoção humana da Igreja Católica no extremo oeste de Moçambique.

 

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